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córrego do negro

No Município de Santa Adélia, tem um riacho chamado Córrego do Negro. O povo lembra um episódio para justificar o nome, da época do afamado José Francisco de Castilho, o “Capa Preta”, bisavô do contador.

Tinha um escravo que o ajudava na ferraria. Ninguém sabe por quê, numa feita o escravo segurava uma peça em brasa, enquanto o Capa Preta malhava a extremidade, e eis que o preto tentou enfiar a peça de ferro quente na barriga de Castilho. No lufa-lufa aprisionaram o negro, que foi castigado. O escravo fora-lhe emprestado por um compadre de longe, sertão a dentro, e o Capa Preta armou um carro de boi e nele pôs o escravo muito bem atado, para devolver ao amigo.

Chegados à altura do mencionado córrego, pararam o carro para a refeição. Castilho e os companheiros, atarefados em juntar lenha, atiçar o fogo e cozinhar os pertences da comida, esqueceram-se do negro. Voltando ao carro, talvez para levar alguma comida ao prisioneiro, surpresa: tinha escapulido, desaparecendo no cerrado ralo. Ficaram otimistas, pois o danado estava muito bem atado. Nada nunca encontraram, a não ser as correias debaixo do carro. Correram, campearam os arredores, até a mata cerrada que começava perto esmiuçaram. Nada. Escafedera. Nunca mais se soube do escravo.


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